Cerca de 50 presos se recusaram a voltar às celas após o banho de sol na tarde desta terça-feira (20), no minipresídio da 9ª Subdivisão Policial (SDP) de Maringá. A condição imposta para que eles retornassem a uma das galerias seria o contato com a imprensa local, para expor o problema. Agentes da Secretaria de Estado de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos autorizaram o contato dos jornalistas com os presos, pela cobertura do presídio.Os detentos pediram principalmente mais agilidade nos processos e a realização de novos mutirões carcerários. "Tem presos condenados aqui dentro que não eram para estar presos aqui. A gente quer cumprir a pena com dignidade", dizia um deles. O grupo não deu os nomes aos repórteres. Depois do contato, que durou pouco mais de 10 minutos e contou com escolta da Polícia Militar (PM), os presos retornaram à galeria, de forma pacífica."A situação está bem tensa, porque o número de presos aqui é três vezes maior do que a capacidade permitida. Como muitas grades das celas estão destruídas, os presos estão soltos em uma galeria. É uma situação de muito risco, principalmente aos agentes", comentou o agente penitenciário Rovani Dutra, que intermediou o contato dos detentos com a imprensa.De acordo com os agentes, uma nova varredura vai acontecer nos próximos dias na carceragem. "Para isso, precisamos do apoio das polícias Civil e Militar, já que a situação é bem tensa", completou Dutra. De acordo com a direção da cadeia, somente em abril foram registradas cinco tentativas de fuga de presos da 9ª SDP. No início do mês, a pasta havia informado que a possibilidade mais concreta de transferências é a conclusão da reforma na Casa de Custódia de Maringá (CCM), parcialmente destruída após rebelião em 2011."Trata-se de uma medida emergencial para abrir novas vagas no sistema prisional", justificou a secretaria, por meio da assessoria. Estima-se que dos 418 detentos, 230 teriam direito ao benefício.
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